sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Discurso Motivacional

Essa é só uma brincadeira que nós fizemos uma vez e eu achei que valia colocar aqui: É um discurso motivacional usando o nome de grandes (ou nem tanto) sagas das HQ's.

Então é isso senhores: após lutarmos em Infinitas* *Crises, *Desafios, *Guerras ou *Cruzadas, após lutarmos contra Hulk e Contra o Mundo, nos chegamos a essa Crise Final. Lutamos desde a Zero Hora e por 52 Semanas, mas agora estamos Contagem Regressiva para nossa vitoria que se aproxima.A Invasão Secreta que eles prepararam contra nós falhou e agora nenhuma Guerra* poderá nos separa nem *Civil, nem *Secreta, nem *Silenciosa ou *Dos Anéis. Após lutarmos em Mundos Em Guerra, Nas Infinitas Terras e no Planeta Hulk e sempre estaremos aqui para lutar Um Dia A Mais. Nós tomamos essa Iniciativa porque nós lutamos por Justiça e por isso nem toda Dinastia M e seu Herdeiro, nem todos os Vilões Unidos, ninguém poderá nos deter não importando a qual Massacre ou Aniquilação tenhamos que sobreviver. Nada agora impedirá nosso Dia de Vingança: nós alcançaremos o nosso Reino Do Amanhã! Unidos Titãs e Avante Vingadores!

ID, EGO e SUPEREGO ou Coringa, EGO e Superman

Vagando pelas minhas pífias observações sociais vi como nós, não só como indivíduos, mas também como coletivos diversos, costumamos a dar a alguém ou algo o posto de SUPEREGO, EGO ou ID. Consciente ou inconscientemente. Até mesmo criando uma figura de vazio quando se quer enganar a si mesmo dizendo que um dos três componentes simplesmente não faz parte de nossa personalidade. Posso estar falando bobeiras, não sou um dos “entendidos” no assunto, mas mesmo assim vou me arriscar a expor minhas teorias.
Para exemplifica poderia buscar exemplos extremamente úteis e ilustrativos em toda historia social e literatura, mas busco o melhor dos exemplos, o qual acredito que é comum, efetivo e atual para todos os viventes nas ultimas sete décadas: uso os quadrinhos.
Antes de continuar o texto sou obrigado a abrir aqui um parêntese para registrar meu protesto quando aqueles que vêem HQ, os famosos quadrinhos, não como uma literatura, mas como uma arte menor. Para mim a HQ é uma arte tão grandiosa quanto qualquer outra. Para mim é um ignóbil aquele que não percebe a importância literária de nomes como Garfield, Hagar, Calvin & Haroldo, Charlie Brown & Snoopy, Turma da Mônica, Piratas do Tietê, Overman, dentre tantos outros. Não irei aqui parar para enumerar os porquês, para mim, Watchmen e Crise de Identidade, por exemplo, estão no mesmo nível de Hamlet, Édipo Rei ou O Avarento, só peço emprestado, para resumir o assunto, as expressões de Nelson Rodrigues para dizer que os que não vêem os quadrinhos como arte não enxergam o obvio ululante e, exatamente por isso, são cretinos fundamentais. Deus abençoe Will Eisner, Gardner Fox, Stan Lee e todos os outros que contribuem para essa arte. Dito isso, voltemos ao assunto.
É extremamente fácil pintar imagens de EGO e ID, mas principalmente de SUPEREGO. Mesmo porque é impossível usar-se a palavra “super” sem pensar nele, sem que a imagem do “S” em vermelho e amarelo sobre o vasto peito do uniforme azul lhe salte a mente. Afinal esse é o nome dele: o Homem do Amanhã de Metropolis, o Ultimo Filho de Kripton, o Homem de Aço, mais forte que uma locomotiva, mais rápido que uma bala, podendo passar por sobre grandes edifícios com apenas um salto, o Super-Homem, o Superman.
O Super, como é popularmente conhecido e chamado, foi criado para personificar a moral (na pratica “Verdade, Justiça e Modo de Vida Americano”): O Super não mata, não mente, luta sempre de mãos limpas, não usa truques, não esconde o rosto (o fato de ninguem reconhece-lo quando ele tira os óculos e muda o penteado não está em questão aqui, mesmo porque não há explicação plausivel), sai sempre à luz do dia, sobrevoa a todos de modo a ficar bem visivel, está sempre disposto a fazer tudo em prol do proximo, mesmo que isso lhe custe à vida e até seu lendario uniforme com a “cueca por cima da calça” (que inspiraria o visual de inumeros outros heróis ao longo dos anos) não foi escolha dele, pois, na verdade, ele o usa porque foi sua mãe que o fez.
Se pensarmos bem tanto o SUPEREGO quanto o Super-Homem compartilham lugares similares no imaginario dos diferentes tipos de pessoas: para alguns tanto o moral quanto o arquetipo de héroi são ideiais a serem seguidos, inspirações; para outros são figuras ultrapassadas, ridiculas (quem leva a serio alguem que usa a cueca por cima da calça e tem por disfarce tirar os óculos); outros adimite que é muito belo, mas irreal, impossivel no mundo real.
A moral, o Super-Homem, o SUPEREGO (principalmente do ponto de vista coletivo) estão lá em cima olhando por nós, nos vigiando e impedindo de desrespeitar as leis sociais. Você pode até tentar ignorar-lo e fazer algo “errado”, mas lá no fundo, mesmo que não queira admitir, todos tem medo de ser descoberto, todos torcem para não ouvir a frase: “Olha lá no céu!...”
Passemos do dia mais claro para a noite mais densa.
Saindo da luz de Apolo no qual o Super retira seus poderes, caimos no mais intimo e profundo da escuridão, onde ninguem enxerga, para apresentar a personificação do ID: o mais aterrorizante e sombrio vilão do Cavaleiro das Trevas, o insano dos insanos, o pisicopata supremo, o Principe dos Loucos, o Palhaço do Crime, o Coringa. O Coringa manipula, representa, personifica e, até mesmo, estimula todo o lado mais obscuro do ser humano que nós, obdescendo a moral da sociedade, lutamos para reprimir.
Para analisarmos essa figura de modo a demonstrar o como ele personifica o ID, acho interressante partir de um ponto que pode parecer irrelevante: a palavra “super”, que, como já foi citado, remete automaticamente do Super-Homem, personificação do SUPEREGO. Esse é o ponto: o Coringa não tem nada de “super”. Em todos os sentidos. Não é somente a sua extrema dicotomia do Super-Homem, mas em um mundo povoado por Super-Herois e Super-Vilões, o Coringa nunca foi nenhum desses, ele sempre foi um vilão sem nenhum poder ou habilidade especial. Então como ele consegue dar trabalho a tantos super-herois (incluindo o proprio Super-Homem), ser o pior inimigo de um dos maiores super-herois da terra, ser um dos (se não O) mais temido seres do seu mundo? A resposta para essa pergunta é o que faz que o Coringa seja, para mim, a personificação do ID.
Mais do que ser o exemplo de psiciopata por excelencia ou pelo fato de ser totalmente imprevisivel, o que o torna o Coringa tudo o que ele é, é o fato dele ser completamente irrefreavel. Se o Super-Homem tem que ser escravo de uma absoluta e rigida disciplina para controlar seu poder descomunal, o Coringa simplesmente realiza todo impulso que lhe acomete. Se algo deixar-lhe zangado ele o explodira; se ele quiser algo ele o tomara para si; se ele decidir que é divertido matar alguem ele definitivamente mata sem seguer pestanejar. Isso se reflete até na aparencia do vilão, remetendo a comicidade e ridiculo, que normalmente seria reprimivel pela sociedade, mas o Palhaço do Crime não liga nem teme as conseguencias de seus atos. Ele só segue seus impulsos, só faz o que deseja.
Como disse antes, não me pretendo certo e, muito menos absoluto: não sou especialista no assunto e deixo isso a cabo dos “entendidos”. Queria apenas mostrar e exemplificar o como essa disputa interna de cada ser humano permanecia e se reflete em todos os mais divertidos campos. Apenas para concluir queria mostrar como essas figuras de SUPEREGO e ID são compativeis a realidade: tanto Metropolis, a cidade do amanhã, protegida pelo Homem de Aço, quanto a sombria Gotham, cidade atemorizada pelo Palhaço do Crime, foram baseadas em Nova York.
SUPEREGO, ID e EGO.

sábado, 1 de agosto de 2009

Super-Homem

Ao se falar em Super-Homem, a primeira imagem que vem a nossa cabeça é a de um homem musculoso, com o cabelo impecavelmente penteado, com a capa tremulando ao vento, vestido de azul e vermelho, e a infalível cueca por cima da calça. Mas essa imagem clássica que Joe Shuster e Jerry Siegel criaram em 1938 e desde então só ganhou mais força, acabou se sobrepondo sobre a figura de Super-Homem idealizada por outra pessoa.
Friedrich Wilhelm Nietzsche (
1844 - 1900), filosofo alemão, apresenta em sua Magnum opus “Assim Falou Zaratrusta”, a figura de um “Super-Homem” (adptação para o termo Übermensch) que não é apegado aos ideiais e\ou as regras sociais e que concretiza todos seus desejos, suprimindo assim seu lado Apolineo em detrimente de seu lado Dionisiaco, um homem com sede de poder pronto para desafiar as ideologias vigentes e criar novos em um constante processo de superação. Em suma é um homem que superaria a “Moral dos Escravos” e viveria plenamente a “Moral dos Senhores”.
É ironico ver como, apenas algumas decadas depois, essa expressão vira a denominar o exato oposto da figura idealizada por Nietzsche: o Superman americano.
O famoso ater-ego de Clark Ketn\Kal-El, que viria a se tornar arquetipo de super-herói, foi criado pelos seus idealizadores para representar os valores do povo do EUA como “Verdade, Justiça e Modo de Vida Americano”. O Superman não mata, não mente, luta sempre de mãos limpas, não usa truques, não esconde o rosto (o fato de ninguem reconhece-lo quando ele tira o óculos e muda o penteado não está em questão aqui, mesmo porque não há explicação plausivel), sai sempre a luz do dia, sobrevoa a todos de modo a ficar bem visivel, está sempre disposto a fazer tudo em prol do proximo, mesmo que isso lhe custe a vida. Até seu lendario uniforme com a “cueca por cima da calça” (que inspiraria o visual de inumeros outros heróis ao longo dos anos) não foi escolha dele, pois, na verdade, ele o usa porque foi sua mãe que o fez.
Esse personagem que incorpora e da vida a todo e qualquer ideal de “bondade”, “heroismo” e “altruismo” que a sociedade construiu está em total antitese com o
Übermensch de Nietzsche. O Superman é a personificasão de todos ideais de uma nação e, talvez, até mundial. Ele seria uma especie de SUPEREGO coletivo, assim como o Coringa, arqui-vilão do Batman, ou o anti-héroi Lobo seriam uma especie de ID coletivo.
Na verdade o termo Super-Homem é só uma adptação da nossa lingua (em ingles por exemplo o termo usado é Homos Superior, que provavelmente influenciou Stan Lee ao implementa-lo para designar os mutantes). O termo
Übermensch usado por Nietzsche poderia ser traduzido tambem como Além-do-Humano ou Sobre-Humano, o que só reforçaria a idea de paradoxo com o Super-Homem americano: o que o Superman senão o sobre-humano por excelencia? Ele que tem força sobre-humana, velocidade sobre-humana, resistencia sobre-humana, sentidos sobre-humanos, além de varios outros dons sobre-humanos como vôo e visão de calor. Superman mais do que qualquer outro tem condiçoes e poder para ser o Übermensch idealizado por Nietzsche, porque, se ele decidisse que assim seria, quem poderia dete-lo? Mas, ao contrario, ele se prende as regras morais da sociedade. Citando uma frase dita pelo escritor Jeph Loeb por meio de um pensamento do Batman na revista Superman/Batman #3: "Isto é uma interessante dicotomia. De diversas maneiras, Clark é o mais humano de nós todos. Então... ele lança fogos dos céus, e é difícil não pensar nele como um Deus. E como nós somos afortunados que isso não ocorra a sua mente.”
Em uma interpretação livre eu atribuiria essa intrínseca ligação com a moral e, principalmente, a ordem à sua fisiologia. O Superman tira todos seus poderes do proprio Sol/Apolo que, além de ser o deus que representa a harmonia, a moderação, a razão e a ordem, é primordialmente o deus do sol; e uma de suas únicas fraquesas é a magia, que está além das explicações da razão\ciencia, que está na ordem do sobre-natural, do arcano, do obscuro.
Se pensarmos bem veremos que Lex Luthor, arqui-inimigo do Superman criado em 1940, tem muito mais do
Übermensch de Nietzsche: Luthor concretiza todos seus desejos sem se importar com as regras morais, apresenta uma sede de poder única (levemos em conta que, no chamado Universo DC, Luthor já foi até presidente dos EUA), está sempre superando a si mesmo para poder rivalizar com o mais poderoso ser do universo, acredita que o “Ultimo Filho(Homem) de Kripton” está amputando a capacidade do homem evoluir e se adptar. Luthor esta sempre, em uma cruzada pessoal, desafiando a personificações de todos ideais e de toda moral da sociedade, como faria o Übermensch de Nietzsche. Então nos últimos setenta anos o Übermensch veem lutando diretamente com o “Ídolo dos Ídolos” que encarna os ideais criticados por Nietzsche em uma batalha ferrenha, mas nos ultimos setenta anos o Superman veem vencendo Lex Luthor.
Em sua teoria Nietzsche diz que a sociedade ao passar dos seculos foi cada vez mais exaltando o apolineo e suprimindo o dionisiaco (que hoje se restringe a setores a margem da sociedade, como o teatro). Esse pensamento culminou em 1938 com a figura do proprio Apolo (mais ordeiro e “perfeito” do que o original) vestindo as cores do EUA, com uma capa tremulante e uma cueca por cima da calça. Ironicamente essa figura que Nietzsche tanto criticava tornou imortal no maior idolo da cultura pop o nome que o filosofo dera a sua idea de homem que estaria sobre, estaria além de tudo que o personagem é, defende e representa. O homem do amanha que Nietzsche esperava ver nascer como o sol, acabou por ser, hoje, o Homem do Amanha de Metropolis. Ironicamente nós chamamos pelo mesmo nome o
Übermensch de Nietzsche e o Superman americano: o Super-Homem.

Quem Vigia os Vigilantes

Esse espaço dedica-se a expor algumas reflexões em cima do rica mitologia od universo das HQ's e afins. Ele é voltado não só para pensar os personagens e historias em si, mas tambem os seus signigicados, suas representações... É dificil explicar, é melhor verem por si só. Será (provavelmente) uma postagem por semana.
Sejam bem vindos se quiserem ser mais um daqueles que Vigia Os Vigilantes.